quarta-feira, 20 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Da série: Não fique bêbado perto de pessoas cruéis.

Contam que tropecei e aproveitando que já estava no chão, dormi.

Mas conhecendo-me como me conheço, deitar no chão foi uma atitude planejada. Provavelmente deitei para uma ligeira descansadinha e fui cruelmente sacaneado.

Mas enfim, as vezes a gente exagera.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

As fases do amor.

1° fase:
O sexo está acima de tudo. Ela, sempre de saia, vestido ou uma calça de malha bem larguinha. Sempre que possível, sem calcinha. Ele usa calças de elásticos e cuecas folgadas. Não se pode perder uma só oportunidade de copular. Banheiro do shopping, ônibus de viagem, escuridão da rave, escadas e elevadores, qualquer lugar é um ninho do sexo. Dentro do carro, no estacionamento, na loja de departamento, no clube, na pracinha do bairro, no jardim da casa do amigo... Salve a fenda quente e molhada!

Em casa: os pais saem do campo de visão, ele descobre sua base e ela senta. Desenvolvem uma sagacidade que só o desejo endoidante é capaz de ensinar.

Viagem: o casal pode ir p/ o lugar mais belo do planeta, mas 70% do tempo ficam dentro do quarto exaustando seus corpos carregados de hormônios.

No motel: 3 horas nunca é suficiente! Se não há um despertador pra avisar o fim do período, na hora de acertar, a conta é salgada.

Ao telefone:
- Oi amor!
- Oi benzinho!
- Nossa, hj o dia foi super legal!
- Hum... Então me conte!
- Fulana foi blá blá blá blá
... (1 hora depois)
- Que legal!
- E tem mais, blá blá blá blá
... (2 horas depois0
- Então tchau, depois a gente se fala mais.
- Você desliga primeiro.
- Não você!
- Ah... voce!
... (2:30 horas depois)
Clack! (telefone no gancho)

Na balada:
- Vamos no boteco do Birosca hoje?
- Vamos!
- Te pego às 21:00hs
Às 20:45 já estão prontos. Às 5 da manhã eles bebem, dançam, cantam e se beijam como se tivesse passado apenas 30 minutos. Às 6 da manhã o Birosca quer fechar o bar e convida o caloroso casal a encerrar a conta. Assim, ardentes, eles passam no motel antes de voltarem pra casa.


2° fase:
O sexo ainda é legal, mas nota-se que eles conversam mais, já conhecem muito bem um ao outro e começam a pensar como um só. Fazem planos juntos, com a certeza de um amor tão firme quanto as bases da ponte Golden Gate. Vão juntos as festas de família e um tece as qualidades do outro nas rodinhas de conversa. Até arrisco a dizer que, esta é a melhor fase p/ falar de casamento. É o mais harmônico momento do casal. Pra ele, ela faz a Angeline Jolie parecer só mais uma na multidão, pra ela, ele é o Bread Pitt! Eles até fazem sexo no carro, mas preferem gastar pouco mais e seguir para o motel. Ela veste um tubinho preto e ele terno ou blazer.

Em casa: eles fazem fondue de queijo e pra acompanhar, um frisante. Locam um filme de comédia romântica e fazem sexo depois que os pais vão dormir

Viagem: o casal acorda bem cedo pra fazer um sexo longo, tomam banho juntos e saem pra passear. A noite, chegam cansados, fazem um sexo médio e dormem de conchinha.

No motel: nessa fase eles conseguem ter atenção para outras coisas que não sejam seus próprios corpos. Colocam uma música, ligam o ar-condicionado, tomam alguma coisa, brincam c/ a bebida e ocupam-se c/ seus órgãos, mãos e bocas por umas 2 horas e o tempo restante eles pedem um jantar e conversam sobre quão gostoso é o relacionamento.

Ao telefone:
- Oi amor!
- Oi benzinho!
- Como passou de ontem?
- Bem! Apenas um pouco de dor nas costas.
- Tome um analgésico blá blá blá blá
... (15 minutos depois)
- Então tchau, depois a gente se fala mais.
- Ok Amor! Beijo! Te amo!
- Tambem te amo!
- Tchau!
Clack! (telefone no gancho)

Na balada:
- Vamos no boteco do Birosca hoje?
- Ah! Lá é meio bagunçado. Fede cigarro e o banheiro tem urina no lavatório.
- Então vamos no restaurante Garça Dourada?
- É, podemos ir!
- Te pego às 20:00hs
Às 20:00 o rapaz está pronto, mas a garota ainda está terminando de se vestir. Ele aguarda com tranqüilidade pensando com um sorriso no rosto: "essas mulheres!". Às 20:30 a garota está pronta, eles se olhos e se elogiam e saem. Ela pede vinho, ele pede cerveja e ambos pedem filé de salmão com acompanhamentos. Terminam o jantar e ficam conversando de mãos dadas. Às 22:30 pedem a conta e vão de mãos dadas até o carro. Ele sugere um sexo rápido no carro, mas ela o convence de que pode ser perigoso e acabam indo pra casa.

3° fase:
Fazer sexo é preciso! ...pelo menos 1 vez por mês. O casal não tem muito assunto, acho que gastaram todo seus estoque de palavas na fase anterior. Eles passam a evitar festas de família. Os familiares cobram casamento e outras coisas desagradáveis. Nas rodinhas familiares eles reclamam um do outro. O casal está em crise, não conseguem entender porque a as coisas não estão tão felizes quanto antigamente. Nesta fase, a palavra casamento pode ser desastrosa, portanto eles evitam pronunciá-la. O tempo deixa marcas, aqueles corpos lisos e rijos dão lugar a flacidez e perebinhas. Para ela, ele parece um Dedé Santana, mas é honesto e trabalhador. Para ele, ela é uma excelente mãe, pena que ainda não teve filhos. Agora, carro pra eles, é apenas meio de transporte. Quando decidem ir no motel, olham o Google Maps porque já esqueceram o caminho. Ele veste o que achar mais fácil de pegar no guarda-roupas. Ela veste calça jeans bem apertada, por baixo uma calça de lycra bem dura que mais parece um cárcere de fendas e uma calcinha pra dar a tampada final. Ele nunca mais conseguiu colocar a mão por baixo das roupas dela. Agora a fenda quente e molhada está num presídio de segurança máxima. A ferramenta dele está sempre disponível com as cuecas relaxadas, mas ela não tem a mínima vontade de tocá-la.

Em casa: evitam ao máximo de ir um na casa do outro e quando vão querem voltar cedo. "Estou muito cansado(a)."

Viagem: qualquer lugar com menos de 5mil habitantes. Ele acorda cedo e vai pra padaria, vê um casal de namorados beijando de língua e comenta c/ o padeiro: "Já fui bom assim." Ela dorme até meio dia, acorda, almoça e dorme novamente.

No motel: 5 vezes! ...por ano. Eles chegam, tiram a roupa transam em 10 minutos. Ela dorme. Ele liga a tv num canal pornô e se masturba, depois q ejacula procura o canal do noticiário.

Ao telefone:
- Oi.
- Olá.
- Tudo blz?
- Normal.
- Então tá bom, boa noite.
- Inté!
Clack! (telefone no gancho)

Na balada:
- Quer sair hoje?
- Sei lá.
- O bar do Birosca...
- NEM PENSAR!
- Uma pizza?
- Então tá.
- Te pego quando sair do trabalho.
Escolhem a pizzaria mais barata, pedem a pizza mais barata e mais cheia de recheio. Pra acompanhar uma coca de 1litro. Comem em 15 minutos e vão embora. 20:00 estão cada um em sua casa.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Insônia

Deito mais cedo, leio alguma coisa com a luz amarela acesa para cansar meus olhos.
O sono vem e não fica muito tempo.
Uma hora da manhã, estou tão acordado quanto nas horas que antecediam minhas viagens para a praia na minha infância.

A madrugada silenciosa dá boas vindas à minha angústia, remôo todas desconfortantes situações pelas quais passei de quando nasci até o momento em que me deitei na cama pra dormir na noite anterior.

Quando criança, nas noites de insônia, passava horas me imaginando fazendo coisas impossíveis e deliciosas. No infinito da minha imaginação, corria de formula 1, pilotava um Porsche 911 amarelo pelas pistas de Nurburgring e sentia o frio na barriga em cada mergulho da freada antes da curva, saltava os altos obstáculos da pista de motocross c/ a minha Agrale 27.5 imaginária, beijei praticamente todas as minhas belas colegas de escola, em cada faixa de imaginação eu fui fiel a uma só garota, assim, viajei e beijei uma de cada vez, pena que elas nunca provaram o gosto da minha dedicação e fidelidade que durou até o início da adolescência, quando passei a imaginá-las todas juntas e sem roupa :)

Sempre senti uma ligeira depressão pós-imaginação, parece que imaginar todas as coisas impossíveis e deliciosas me fazia sentir pequeno quando voltava ao mundo real, mas isso nunca chegou a ser um amargo insuportável como as frustrações de hoje.

Não posso dizer que o azar foi uma companhia 100% implacável, por vezes consegui atingir o pico no gráfico da felicidade, mas meu estilo de vida não permite variações no gráfico, pouca coisa muda e se o meu gráfico entre alegrias e tristezas fosse um monitor cardíaco, monitoraria um coração que parou de bater.

Hoje, nas minhas noites de insônia, a imaginação já não é tão incisiva e deixa um vazio mental para as lembranças tortuosas ficarem à vontade. São as situações mal resolvidas que mais me açoitam, eu levo todos os rancores, mágoas e frustrações junto comigo.

Aqui vai um corpo sobrecarregado de aflições e incertezas.

São duas da manhã e essa tristeza que não passa faz andar a curtos passos o meu relógio no criado mudo que as vezes parece querer me dizer alguma coisa.