quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Eu e minha amiga repressão.

Deu no jornal de ontem:
"Homem quebra loja que não quis trocar aparelho de TV"

Essa manchete me trouxe uma alegria formidável. Sem querer saber se a quebradeira foi justa ou não, só o fato do sujeito se libertar e sair arregaçando tudo, me causou inveja.

Na matéria dizia que depois de muito tentar trocar um televisor, levar na assistência e não resolver o problema, o sujeito apelou, foi lá e destruiu a loja, quebrou aparelhos de LCD, Plasma, gôndolas de vidro, câmeras fotográficas... ou seja, fez um belíssimo estrago, e para deixar o clima ainda mais legal, a gerente desmaiou diante da cena de selvageria primitiva despertada num homem contrariado.

Isso me fez lembrar o magnífico filme "Um dia de Fúria" com o ator Michael Douglas, o sujeito surta e com um taco de baseball quebra uma loja inteira antes de pagar seu refrigerante. Recomendo! :-D

Tenho vontade de escrever sobre a fúria que as pessoas me causam, eu queria citar nomes, contar as merdas que elas cometem e aliviar meu ódio reprimido esbravejando palavras chulas e grosseiras, mas a sociedade me moldou p/ ser uma boa pessoa, o sujeito que senta na frente da tv e reclamada do governo, da corrupção, da violência, do transito... mas que nunca reclama do sujeito que está do seu lado comendo de boca aberta, fazendo ruídos escrotos enquanto bebe líquidos como um camelo e amassa a comida no prato como um pedreiro preparando o cimento.

Eu queria mandar o sujeito ir pra puta que pariu quando ele me contrariasse, mas no dia seguinte, quando ele me dissesse bom dia, eu responderia sem uma gota de ressentimento: Bom dia.

No entanto fico a cá, engolindo todas as tolices do exército de retardados que me rodeia e o meu "bom dia" quase não sai porque é pesado, é cheio de rancor, cheio de fúria. Junto com o meu arrastado "bom dia" vem pensamentos do tipo "quero pegar um fuzil e fazer carne moída desse seu corpo podre e inútil seu filho da puta".

Talvez eu seja um louco assassino em potencial. Talvez no futuro, quando minhas reservas de ódio, angústia e rancor estiverem num nível tão elevado, que irei explodir em ódio e sair pelas ruas fuzilando pessoas. Talvez. Talvez não. Quem sabe, né?

Pessoas idiotas me fazem sofrer por antecedência, quando sei que vou encontrar uma pessoa insuportável, já começo a sofrer antes mesmo de encontrá-la, minha mente dispara a trabalhar como uma máquina alimentadora do ódio e imagino todas as idiotices que poderei escutar.

Não sei o que é pior, os idiotas ou minha mente deformada que prefere transformar pequenos problemas em grandes tormentos do que resolvê-los.