quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Meio inútil.

Eu sou aquele tipo de gente que não cheira, nem fede. Acho que já disse isso por aqui. As vezes, quando estou em um determinado local, fico tentando me ver de um ponto alto que dê uma visão geral de onde estou e as pessoas que me cercam.

Outro dia, em uma festa, lá estava eu, com um copo de cerveja na mão swingando de leve. Fiquei ali por horas, ninguém me notava, ora ou outra passava um e me dava um tapinha nas costas. Até que não me importo, gosto de apreciar as pessoas, mas me irrita pensar sobre minha inutilidade perante à ascendência da humanidade. É como se eu não contribuísse para que o mundo evolua. Mas enfim, eu, ali, na festinha, fui convidado pra dançar (isso aconteceu por pura falta de homens no recinto), dancei com umas 3 mulheres e todas foram categóricas: -Você é péssimo. Este sou eu colocando em prática tudo que não sei na teoria. Aplicando a técnica de me assistir por cima, diante da cena eu penso: olha o tamanho deste ridículo.

Eu não sei dançar, não sei cantarolar, quem dirá cantar!
Não consigo tocar absolutamente nenhum instrumento, nem mesmo aqueles estúpidos instrumentos de percussão onde só é necessário sacudir o braço.
Apesar de andar bastante de bicicleta, nunca consegui, nem por um dia, ser bom.
Por mais que eu tente, não consigo cozinhar. Não consigo fazer nem mesmo um miojo especial.
Passei minha vida escrevendo nas últimas páginas dos meus cadernos e nunca consegui redigir um texto agradável.
Não sei argumentar, acho que por isso me esquivo de todo e qualquer bate boca. Qualquer analfabeto ganha de mim numa discussão.
Mesmo sendo um estúpido comedor (no sentido de colocar a comida pra dentro da barriga, ÓBVIO), mal consigo distinguir o sabor entre uma feijoada e uma bacalhoada.
Tive poucas mulheres e, com toda certeza, não as fiz satisfeitas.
Não tenho pênis avantajado, não tenho corpo bonito, não sou bom de cama e jamais serei escolhido como amante. Aliás, se alguém com coragem casar-se comigo, esta não terá, jamais, problemas com a concorrência, em compensação, conviverás com o fracasso em (má)forma física.

Ah... o fracasso! Este eterno capacho!

Eu não conheço história do brasil, muito menos história do mundo. Não conheço os conceitos básicos da matemática, não entendo política, não sei discutir sobre economia, não sei o que é centro-avante, não sei o nome do goleiro da seleção brasileira, aliás, não sei o nome de ninguém, exceto o Ronaldo, um jogador dentuço que se relacionou com um travesti. Não tenho noções geográficas, não sei ler mapas, não sei operar caixa automático, não consigo planejar rotas, não sei trabalhar com madeiras, não consigo pintar nem uma parede com cal.
Não sei ensinar, não sei explicar, não sei por onde começar, mas sei escutar, pena não conseguir entender nada do que escuto.
Não tenho noções de direito civil, penal ou trabalhista. Tenho dificuldades pra calcular o troco. Mesmo na frente de um computador por mais de 12 horas por dia, não sei montar uma rede, não sei remover vírus ou configurar banco de dados.
Não sei falar inglês nem espanhol e falo muito mal o português.

Como é pequeno o oceano perto da minha gigantesca inutilidade.

A grande verdade



Créditos:
Tirinha retirada do Blog MAD, feita por Linha do Trem. :)